19
jul
10

Rapadura é doce, mas né mole não!


Ainda no alto dos meus 17 anos, “me perdi”, como diria minha avó, com Betão Pé de Mesa. Já se passaram 10 anos e, entre idas e vindas, estou eu, solitária… pensando em Betão… ah… bons tempos!
A gente se encontrava debaixo do viaduto Ulisses Guimarães, na Estância (bairro bom da peste!) e ia pro “Motel Me Descubra”… nunca soube o porquê desse nome, mas quem quer saber?
Eu e Betão rachávamos a conta… mas, só saíamos depois da cortesia das 15h. Tábua de frios… até ovo de codorna tinha! Veja que beleza! Tooome ovo de codorna! E tooome vitalidade ao Betão amado meu!
Nós éramos “novinhos” e tínhamos recursos escassos (acho chique essa expressão!). Eu, vendia Avon e Demillus, e, com essa grana(pouca), dava pra dar uma ajuda na conta do Motel com Betão. Ele era segurança da Casa Lotérica vizinha ao meu prédio e ganhava mó dinheiro! (Ô!) Eu achava…
Uma vez, assistindo ao excepcional show de interpretação/produção da “saga” de Emanuelle (em Paris, no Shopping, em Nova York…) nas madrugadas de sábado no Cine Privè, na Band (lembram???) tive a brilhante idéia de copiar umas coisas usadas para incrementar o coito (essa é chique!) e vamo que vamo no “Me Descubra” apimentar essa relação!
Virei pro Betão e disse:
– Fofo, trouxe uma lata de leite condensado para nos brear, nos melecar, nos amassar, nos lambuzar (…)
Me interrompendo (detesto!)…
– Oi? Elisa, porra, essa merda grudenta me dá agonia! Rola não, rola não!
– Puta que pariu, velho! Gastei R$ 1,57 numa merda dessa pra tu num querer usar? Roubei abridor de lata do Bar de Zeta, entoquei essa merda em lugares nunca dantes navegados (até meu 19º aniversário) e tu vem com essa frescura do caralho de não querer melhorar o que já é bom??? De onde tu és???
Quando eu era fina, delicada, gentil e agradável com ele assim, rapidinho ele entendia… e logo eu conseguia…
– Minha irmã, Elisa, se tu contar a algum dos caba da sinuca de Zeta que eu melequei uma porra doce nesse corpo sarado e suado nunca mais tu pega moral no carona da minha moto. Beleza?
– Meu irmão, num deu pra perceber pelas minhas unhas e roupas que sou discreta?
Prefiro não comentar sua resposta… vamos seguindo…
Depois de uma tarde de amor… nos “breando”, nos embolando, nos melecando… Era leite condensado das minhas pestanas até os cabelos do cu (na época não os retirava). Eu tava toda “preguenta”, toda doce, toda empolgada com minha idéia genial de copiar a tal Emanuelle…
Pensei: Putz! Tá dando certo! O Betão também ta curtindo… que viagem… que delícia… ai ai ui ui… “Dá-lhe! Dá-lhe! Tá gostoso!”…
Betão adora quando digo isso… ele diz que pareço uma cantora de Axé em cima do trio… (vai entender…)
Acabamos tudo e depois de um longo suspiro… levanto-me pro banho…
– Fofo, já volto.
Senti de leve uma puxada nos cabelos do cu…
– Que porra é essa? Ah… O leite condensado grudou o lençol bem no meu rego…
Calma, Elisa… nada pode estragar essa tarde perfeita! Relaxa as bandas da bunda, fica atenta pra não peidar e solta levemente o danado do lençol tentando não arrancar os cabelos do cu junto…
Tudo certo! Só um susto…
Quando entro no gélido banheiro e abro o registro… Começou o inferno na terra… Foi dada a largada: Sem água!!!
– PUTAQUEOPARIUUUUU!!! Essa porra tá sem água! Como vou tirar essa gosma melequenta desse corpinho que Deus esculpiu à mão???
Mêeeeiiirmãaao, doido!
Fudeu tudo! Nessa porra mal tem ventilador, frigobar com água mineral era luxo de primeira classe! Tomei no cu sem cuspe e com areia prateada!
E agora, véi??? Se eu lamber mais do que Betão já fez, corro o risco de sair grudando mais que Super Bonder em prova do Big Brother! Rola não, mô véi… tomei no cu, só isso! Meus pentelhos já estão caramelando! Mal consigo levantar meus braços, com essa porra de cotovelo “breada”…
Que mico! Que vergonha! Como vou explicar isso ao Betão??? Ele vai vir com o clássico “Eu sabia que não daria certo!”
Me fudi (agora em todos os sentidos)!
Emputecida e mal paga, peguei um pote de Leite de Rosas que sempre ando com ele (coisas da minha mãe… diz que ajuda a remover os grudes do pescoço… poluição… sabe como é…) e danei a esfregar a porra do leite (dessa vez nada de condensado) e tentei, assim, tirar a gosma grudenta da minha pele juvenil.
Agora eu, com todo cuidado do mundo pra Betão não me ouvir resmungar da vida relando uma toalha dura de Motel com o “líquido precioso” herdado da minha mãe, e o fresco do Betão roncando feito uma peste, babando minha blusa pink recém comprada nas Lojas Tropical, com “as partes” enroladas nos lençóis encardidos e cheirando a água sanitária do nosso fantástico ninho de amor…
Putz!
– Betão Pé de Mesa, fofo, acorda que preciso ir embora! Tenho que levar um ventinho na minha cara ardida de tanto esfrega-esfrega…
Nada!
– ACORDA, PORCO DOS INFERNO!
Na-ho-ri-nha! Num disse que ele adora minha sutileza?!!
Quando ele se levanta (tenta)…
LEITE CONDENSADO FILHO DA PUTA! Agora sim tomei no cu…

… O lençol preso aos seus cunhões…

                                                                                   …Que beleza!!!

 Elisa Sentustão


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